O valor educacional dos games
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O valor educacional dos games
Hoje eu estava assistindo à uma videoaula boba no Youtube quando, de súbito, uma informação lançada atravessou meu cérebro e parou no firewall da sanidade. Eu comecei a prestar atenção total e de cara discordei do que foi falado. Tratava-se de uma aula com uma didática deveras bacana, advinda de um interlocutor bem simpático e, creio eu, bastante instruído naquilo que dizia respeito à matéria. Em certo momento, a aula entrou em off-topic e o assunto supracitado floresceu.
O homem falou da quantidade de tempo que usara jogando video-games por horas a fio e como aquilo não lhe trouxera nada que fosse aproveitável, afinal ele não havia aprendido nenhuma habilidade como lutar, voar, alguma estratégia, algo usável em seu trabalho ou na aplicação do mesmo. Era, na verdade, a opinião inversa dele, usada para explanar seu verdadeiro ponto. Depois de certa divagação, ele colocou que os jogos, por mais bobos que pareçam, possuem um valor educacional, muitas vezes implícito. Ele mesmo credita aos jogos o aprendizado do uso da lógica computacional. Deu-se a discussão por dois lados: os que achavam que os jogos tem algo a ensinar e os que acham que do mesmo nada se aprende.
Poderia me posicionar em qualquer um dos lados, falar um pouco sobre cada um deles e terminar o texto com uma conclusão aparentemente lógica, seguidos de aplausos e vaias dos que se interessariam. Poderia também ouvir vários outros argumentos complementares, defender minha hipotética posição ou mudar de lado caso a mesma não fosse satisfatória intelectualmente. Por fim, poderia dar o assunto como encerrado, com a certeza de ter uma opinião formada. Isso, claro, se não fosse pelo fato de que essa discussão é um falso dilema.
Jogos são uma forma de arte e como tal, dispensam de cartão de visitas ou currículo que lhes imponham motivo, objetivo, razão, coerência e/ou obrigação. Uma obra de arte não precisa, necessariamente, transmitir algum valor moral, social, ambiental, intelectual ou espiritual, embora seja possível encotrar tais características nela. É da natureza da arte a manifestação livre do pensamento humano na forma qualquer que seja e não a de ser um aparato otimizável de mil utilidades para todos. Portanto, podemos descartar integralmente a discussão do valor educacional dos games assim como podemos descartar integralmente a discussão do valor educacional dos filmes, por exemplo. Sobra dessa discussão o valor que o indivíduo pode extrair de tal obra, sendo isso algo totalmente pessoal, subjetivo e indiscussível.
Os games, inclusive, não possuem nem a obrigação de entreter; o indivíduo pode se entreter com eles, contudo. Não se discute tal falsa dicotomia, por mais que pareça interessante, até porque a sanidade manda não ter opinião formada sobre absolutamente tudo. Lembra-me também uma música (uma obra de arte, diga-se de passagem) em que se fala algo como "é apenas um de mim e muitos de vocês lutando por nada". Não se trata de valor algum.
O homem falou da quantidade de tempo que usara jogando video-games por horas a fio e como aquilo não lhe trouxera nada que fosse aproveitável, afinal ele não havia aprendido nenhuma habilidade como lutar, voar, alguma estratégia, algo usável em seu trabalho ou na aplicação do mesmo. Era, na verdade, a opinião inversa dele, usada para explanar seu verdadeiro ponto. Depois de certa divagação, ele colocou que os jogos, por mais bobos que pareçam, possuem um valor educacional, muitas vezes implícito. Ele mesmo credita aos jogos o aprendizado do uso da lógica computacional. Deu-se a discussão por dois lados: os que achavam que os jogos tem algo a ensinar e os que acham que do mesmo nada se aprende.
Poderia me posicionar em qualquer um dos lados, falar um pouco sobre cada um deles e terminar o texto com uma conclusão aparentemente lógica, seguidos de aplausos e vaias dos que se interessariam. Poderia também ouvir vários outros argumentos complementares, defender minha hipotética posição ou mudar de lado caso a mesma não fosse satisfatória intelectualmente. Por fim, poderia dar o assunto como encerrado, com a certeza de ter uma opinião formada. Isso, claro, se não fosse pelo fato de que essa discussão é um falso dilema.
Jogos são uma forma de arte e como tal, dispensam de cartão de visitas ou currículo que lhes imponham motivo, objetivo, razão, coerência e/ou obrigação. Uma obra de arte não precisa, necessariamente, transmitir algum valor moral, social, ambiental, intelectual ou espiritual, embora seja possível encotrar tais características nela. É da natureza da arte a manifestação livre do pensamento humano na forma qualquer que seja e não a de ser um aparato otimizável de mil utilidades para todos. Portanto, podemos descartar integralmente a discussão do valor educacional dos games assim como podemos descartar integralmente a discussão do valor educacional dos filmes, por exemplo. Sobra dessa discussão o valor que o indivíduo pode extrair de tal obra, sendo isso algo totalmente pessoal, subjetivo e indiscussível.
Os games, inclusive, não possuem nem a obrigação de entreter; o indivíduo pode se entreter com eles, contudo. Não se discute tal falsa dicotomia, por mais que pareça interessante, até porque a sanidade manda não ter opinião formada sobre absolutamente tudo. Lembra-me também uma música (uma obra de arte, diga-se de passagem) em que se fala algo como "é apenas um de mim e muitos de vocês lutando por nada". Não se trata de valor algum.
infernosword- Rank 110 - Street Fighter IV
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Data de inscrição : 05/05/2010
Idade : 33
Localização : flying not yet quite the notion
Re: O valor educacional dos games
É porque ele não prestou atenção. Sempre que viajo para a Terra dos Dinossauros, eu voo com minha Super Capa, que consigo ao pisotear um Super Koopa e roubar sua pena.infernosword escreveu:O homem falou da quantidade de tempo que usara jogando video-games por horas a fio e como aquilo não lhe trouxera nada que fosse aproveitável, afinal ele não havia aprendido nenhuma habilidade como lutar, voar, alguma estratégia, algo usável em seu trabalho ou na aplicação do mesmo.
...Sério que esse é o argumento do cara? Ok, ele explica depois e tal, mas se eu estivesse vendo o vídeo, teria parado na hora.
E quanto a obrigação de entretenimento... bom, um jogo que não entretém, não vende, então, acho que tem uma certa obrigação aí, pelo menos, economicamente falando.
Eder- Rank 91 - God of War: Chains of Olympus
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Localização : Araucária - PR
Re: O valor educacional dos games
O cara é daquelas pessoas que acham que tudo feito na vida deve ter alguma utilidade, senão é perca de tempo.
infernosword- Rank 110 - Street Fighter IV
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Data de inscrição : 05/05/2010
Idade : 33
Localização : flying not yet quite the notion
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