Review - Banjo-Tooie

Intro
Estonteante. Maravilhoso. Completo. Mágico.

Só estava há uns 10 anos querendo jogar esse jogo e todas as vezes que tentei, ele foi arrancado de minhas mãos. Primeiro foi geograficamente. Era difícil conseguir um cartucho (por incrível que pareça, esse jogo foi era bem difícil de encontrar aqui no Brasil, mesmo em sua época áurea) nas terras longínguas onde morava (leia-se inf's inferno). Da segunda vez, foi a maldita locadora Blockbuster (que está sentada no colo do capeta, todo dia 12 tem promoção é o caralho!*). Só pude ficar com o jogo por dois míseros dias. É muita maldade com uma criança. Pelo menos eu pude sacar que o jogo era bom. Pela terceira vez, foi por um pseudo-amigo. O primo dele, um cara que é meu amigo, estava com o cartucho (único da região) e, depois de eu mendigar bastante, me emprestou. Fui voado pra casa detonar aquela maravilha. No dia seguinte o pseudo-amigo gay veio em minha casa me pedir o cartucho de volta. Tremendo pau no cu (espero que você algum dia leia isso, seu portador do mal de Lázaro). Desde então eu sabia que aquele jogo não seria fácil, mas nem por isso eu desisti... Emuladores ruins, plugins de merda e ROMs podres. Tudo foi feito para que eu não jogasse esse jogo, até que um dia... ha ha hahahaha HAHAHAHAHAHAH BWHAHAHAHAH!


Tudo é como eu sempre sonhei
Banjo - Tooie é um daqueles jogos do N64 que fazem o Playstation 1 ser uma merda. Brincadeira XD. Mas é claro que a época "RARE da Nintendo" é de nos dar orgulho e até o mais xiita dos Nintendistas tem que dar o braço a torcer. Os jogos da produtora eram gigantes, complexos, bem acabados e ainda contavam com o que havia de melhor em termos gráficos. Os caras tiravam leite de cartucho, digo pedra, e nada que eu fiz na infância é mais marcante do que desbravar jogos como Donkey Kong 64 (Zangado Games n00b), Banjo & Kazooie, Diddy Kong Racing e GoldenEye 007.
BT é um lindo upgrade de Banjo & Kazooie. Contando com a experiência ganha em DK64, os desenvolvedores da Rareware esculacharam. Os cenários são ainda maiores, mais personagens, mais transformações do Banjo e claro, mais vilões. Tudo está maior do que estava em B&K. E tudo está melhor também.


Finalmente, "O" jogo
Os cenários. Ahh, os cenários... Acho que é o ponto que mais chama a atenção no jogo. O jogo é muito bem ambientado, as fases são gigantes e você pode explorar à vontade. Os cenários são muito bem feitos e as fases são interligadas, o que cria novas possibilidades de exploração e deixam o jogo mais complexo.
As vezes (sempre!) você pega um item ou habilidade nova em uma fase e a usa na fase seguinte, ou mesmo nas anteriores, passando por essas passagens de uma fase para outra. Ahh, um fato sobre as habilidades: você já começa com todas as habilidades de B&K. A partir daí, o jogo começa e você conhece Jamjars, o irmão de Bottles, que fica encarregado de ensinar o que ele mesmo chama de "movimentos avançados". Varias habilidades legais são aprendidas, como o "carro-chefe" do jogo, Split, que faz com que Banjo e Kazooie se separem e possam atuar separadamente. Alucinante. As possibilidades que eram infinitas, agora se tornam infinitas x 2.
A dificuldade também é um fator muito importante. O jogo é difícil (coitadas das crianças dos anos 90). Porém, o jogo não te dá aquela vontade de jogar fora o jogo e nunca mais jogar, assim como Sonic do Mega-Drive me faz. Pelo contrário: o jogo se torna ainda mais viciante e você acaba tentando pegar tudo, ter tudo e fazer tudo. Cuidado, esse jogo vicia! Outro ponto importante é que a dificuldade do jogo é progressiva, ou seja, quanto mais você avança, mais difícil o jogo se torna. O diferencial é que isso acontece de forma tão natural que você não percebe e acaba sendo hipnotizado, como aquelas crianças japonesas que tiveram suas caras derretidas assistindo Pokémon. Passei quatro horas em quatro minutos numa certa ocasião...


A prova do crime: essas são as horas que eu gastei em cada fase.

Banjo - Tooie é um jogo muito divertido. O humor inglês está presente em toda a saga, aliás em todos os jogos da empresa. E em Banjo - Tooie, não podia ser diferente. Toneladas de tiradas engraçadas (boa parte partindo da ácida Kazooie), autorreferências e diálogos bizarros. O jogo se torna muito divertido de jogar se você sabe um pouco de inglês apenas pelo fato das bobagens que são ditas durante os diálogos. Além disso, a atenção que a Rare tem com os detalhes do jogo é impressionante e os gamers com olho clínico para este tipo de coisa ficarão bastante satisfeitos. A história também é muito bem montada, partindo do primeiro game. Mas nada de spoilers, pessoal. Vejam por seus próprios olhos.
O som também é de arrepiar. Músicas bacanas (repetitivas depois de quatro horas, eu admito), bem colocadas e claro, efeitos sonoros (esses sim, dignos de aplausos) sensacionais, um barulho de peido na hora certa, um outro som estranho na hora errada, enfim, nota 10. Todos esses fatores levam a crer que Banjo - Tooie não é simplesmente um jogo, mas toda uma atmosfera, todo um universo feito para emergir gamers por horas. O mais impressionante disso tudo é que foi necessário apenas um cartucho de Nintendo 64 (sem Expansion Pak!). Tirar leite de cartucho foi é pouco.

Conclusão
Eu recomendo esse jogo. Ele faz parte da minha infância e agora da minha, como se chama mesmo? Vida adulta? Porque videogame é coisa de criança, não é isso o que dizem. Então eu vou morrer jovem, provavelmente. Esse jogo fez parte da minha formação como pessoa.
Depois de rasgar elogios, é claro a nota que eu vou dar a ele. 11! 12! 267! Top 10 fácil! O quê? Você ainda está lendo essa resenha? Vai logo jogar, vagabundo!


*piadinha anos 90. A Blockbuster era uma das poucas que alugava fita de N64. Todo dia 12 tinha filme, game e prêmio pra galera da carteirinha do sofá, ou sei lá que caralho que chamavam aquela porra.

Cara, eu ainda tenho que zerar esse jogo. Tenho que tomar vergonha na cara e começar a focar em um game de cada vez.

O primeiro, Banjo-Kazooie foi um dos primeiros títulos que eu joguei num emulador de Nintendo 64. Ano passado resolvi finalmente zerá-lo, e foi uma experiência muito divertida. Ainda é um dos meus jogos favoritos do 64.

Acredite, o segundo é ainda melhor que o primeiro. Vai por mim!

Me interessou. Let's play.

PS: Roda de boa no Project 64 1.7 ou precisa de alguma gâmbia like a infernosword?

Tanto o Banjo-Kazooie quanto o Banjo-Tooie funcionam sem problema no Project 64.

Tooie é um jogo muito mais elaborado, tem mundos grandes e recheados, tem mais personagens, mais diálogos e diversos modos multiplayer.

Mas ainda considero o original melhor.

Alexandre escreveu:Tanto o Banjo-Kazooie quanto o Banjo-Tooie funcionam sem problema no Project 64.

É. Mas houve um tempo em que Banjo-Tooie, assim como Jet Force Gemini, não era emulável por causa de um sistema de ante pirataria que tinha no chip CIC (Checking Integrated Circuit) dos cartuchos. Levou um bom tempo até alguém conseguir rodar esse jogo com satisfação via emulador (que já foi uma exclusividade do 1964). Mesmo os flascarts precisavam ter instalado um chip CIC correspondente ao jogo.

Como review em si Inf, se você me permite dizer, tá muito boa! Faltou um pouco descrever o game em si, tipo como funciona, o que tem que fazer, quais são os objetivos, etc, mas de resto tá bem bacana!

Willi escreveu:Como review em si Inf, se você me permite dizer, tá muito boa! Faltou um pouco descrever o game em si, tipo como funciona, o que tem que fazer, quais são os objetivos, etc, mas de resto tá bem bacana!

Eu concordo e pequei nesse quesito sim. Um pouco foi pra vocês verem por seus próprios olhos e um pouco por eu não saber como explicar o jogo em si, já que eu sei como o jogo é, mas lendo novamente a resenha eu percebi que faltou muita coisa sobre o jogo. Eu vou anotar para as proximas resenhas.