[Inf vs Box] Super Mario Sunshine

Nada mais justo do que começar com esse clássico. Esse jogo foi o primeiro jogo do meu Gamecube e, por muito tempo, o único. Só pra vocês terem ideia, eu tive que jogar parte dessa maravilha em preto e branco, afinal o meu televisor da época aceitava somente o esquema de cores PAL e o Gamecube era NTSC. Coisas de Brasil. Apesar desse crime de responsabilidade, eu mantive a calma e joguei com o que podia e como podia, até forçar a barra e comprar uma Tubão Treze (TT) bem ruim da CCE, mas que quebrou o galho por muito tempo, simplesmente pelo fato de ela ser minha! E claro, rodar em cores. Esse jogo é tão colorido, tão graficamente vivo, tão especial que eu me arrependi de não ter comprado a merda da TV antes (na verdade eu não tinha dinheiro), mas nós não sabíamos de tudo em 2001, então vivemos e aprendemos. Super Mario Sunshine é um game muito especial para mim. Como gratidão, eu sempre levo o cartucho de memória do GC na caixa dele.

O jogo
Estamos falando de uma época em que a Nintendo não teve medo algum de dizer para o que veio, uma era Satoru Iwata. Tivemos, um pouco antes do lançamento do Gamecube, uma feira muito especial, a saudosa Space World 2000, cujo grande lobby foi o de ser um showcase para tudo o que poderia vir pro pessoal amante de Nintendo. Na época eu era Nintendista pra caramba e fiquei traumatizado com a qualidade gráfica do conteúdo apresentado e na escola, repetia o trailer na internet à rádio daquela porcaria, mostrava para os amigos e dizia, nunca um videogame será melhor do que o Gamecube! E aí um amigo meu comprou o dito cujo.
Eu lembro de que na época ele era o meu melhor amigo e logo me convidou para eu ir na casa dele para mostrar o Gamecube. Ele bootou a sua cópia (maravilhosa) de Starfox Adventures e aquilo brilhou com tanta intensidade que eu não acreditava no que via. Os detalhes (o jogo era dublado, pasmém!), os gráficos, o som, o ambiente, o controle. Naquele dia eu quis ter um GC.
Depois de anos de batalha, meu pai foi para o Paraguai e me trouxe um GC. Puta merda, que foda! Junto com ele, veio uma cópia de Super Mario Sunshine. Aquilo tudo era uma festa, eu só queria jogar, mesmo que em preto e branco. Liguei o jogo! Eu até botei o jogo aqui de novo, esse feeling é o que caracteriza o meu espírito gamer. Bom, eu vou parar o texto por aqui e vou ficar jogando.
Sobre a história, aqui vai: Mario sai de férias (sim, as piadas já começam aqui), chega ao seu destino e acaba sendo confundido pelas autoridades locais com um vândalo que está pintando a ilha com uma tinta maligna. Mario vai a julgamento e acaba sendo condenado a limpar toda a ilha. Nesse meio tempo, Mario conhece um equipamento com inteligência artificial, o FLUDD, que é um "esguichador de água de última tecnologia". FLUDD passa a ser o principal companheiro de Mario em sua jornada e todo o jogo se passa em torno de suas habilidades. Acaba que tudo isso resulta na coleta de Sunshines (as estrelas do Mario 64) em várias fases ao redor da ilha. E isso é muito legal.

Diversão
Não tem como dizer que eu não me diverti com esse jogo. Muito pelo contrário, foi o meu primeiro jogo de GC! Essa é a primeira vez que temos um jogo do Mario com uma história complexa, personagens novos e mais envolventes e todo um ambiente que escapa um pouco do salve a princesa. Contudo, Sunshine nunca deixa a sua essência, seja no "tanam" de pegar a moedinha ou nos desafios clássicos. Esse jogo é o abre alas do Gamecube e o fez muito bem. Faz até hoje. A história, o desenvolvimento e o desfecho do jogo são surpreendentes e é impossível não querer jogar esse jogo até o fim, seja por sua simplicidade ou por sua complexidade. Super Mario Sunshine é um baita jogo, tanto para hardcores como para casuais. É pra quem gosta de videogame.

Som
Não existe jogo do Mario cuja parte sonora não seja impecável. Fim de papo.

Gameplay
Revolucionário. O controle do Gamecube foi pra mim o que o botão vermelho da bomba atômica é para o presidente dos Estados Unidos. Além de tudo o que o Mario podia fazer no Nintendo 64, agora ele tinha uma gama inteiramente nova, eu ouso dizer que essa combinação trouxe o "verdadeiro" 3D à tona. Você tem um stick só para a câmera, um stick para movimentar o personagem (que é muito melhor do que o do Nintendo 64), wall kicks na diagonal (muito louco isso) e claro, o grande destaque do gameplay desse jogo, que são as fases on o FLUDD é roubado e você tem que se virar só com a habilidade e a manha. Eu amo a jogabilidade desse jogo.

Replay
O jogo não acaba enquanto não termina, contudo coletar as moedas azuis secretas é uma tarefa chata e que pode ser passada para uma outra vez, daqui uns 10 anos, mais ou menos. O 100% é meio entediante, meio desconexo e meio se vire por você mesmo, mas o jogo é bom ao ponto de talvez você querer jogá-lo até zerar. Eu o fiz.

Gráficos
Os gráficos desse jogo são muito avançados para o tempo em que foram lançados. Até hoje, eu não vejo, nem nesses jogos 4k, um render de água tão bom quanto o de Mario Sunshine. Pra mim, esse jogo tem a "melhor água" que os videogames já produziram. Além disso, tudo nesse jogo é visualmente muito bonito, tudo é muito colorido, é um jogo alegre, fácil de jogar e fácil de gostar. Os ambientes são lindos, as fases excelentes, os personagens são carismáticos, são bonitos, são bem feitos. Os gráficos fecham com chave de platina tudo o que foi dito acima.

Pontos positivos
- Os gráficos;
- O som;
- O gameplay;
- Cara, é um jogo do Mario, né? Não tem como ser ruim.

Pontos negativos
- As moedas azuis são bem chatinhas de se conseguir;
- Algumas coisas ficam subentendidas no jogo, tendo que você meio que adivinhar;

Conclusão
A porta de entrada do Gamecube, Sunshine é um jogo que mudou a minha vida e até hoje faz parte do meu caráter. 9.999999/10.

Que bela review! Gostei pra caramba, Inf! Conseguiu me deixar sedento pelo jogo. Mas eu já instalei e desinstalei e morri de desgosto com o Dolphin tantas vezes que me desencorajo a baixar aquela tralha mais uma vez. Acho que o jeito é arranjar um Cube. E quando o fizer, este será o primeiro jogo da plataforma que jogarei.

É muito gostoso ver uma review feita por alguém que ama um jogo, sente um algo a mais por ele, e também o conhece a anos. Adorei a pegada das reviews desse quadro, ansioso pelas próximas!

Eu confesso que não é uma review técnica e fria, muito pelo contrário. Mas tem jogos na nossa vida que simplesmente não tem como fazer review.

Caralha, consegui rodar! Dei maaaaaaais uma chance ao Dolphin e desta vez ele não me decepcionou!

(Mas sério que não tem como alterar o esquema de analógicos do jogo? Serião, de boa? Padrão invertido mermo, e o controle do esguicho do FLUDD é pelo analógico de andar?)

infernosword escreveu:Os gráficos desse jogo são muito avançados para o tempo em que foram lançados.

Rogue Squadron 2 também tem gráficos bem a frente de seu tempo.

Willi escreveu:Caralha, consegui rodar! Dei maaaaaaais uma chance ao Dolphin e desta vez ele não me decepcionou!

(Mas sério que não tem como alterar o esquema de analógicos do jogo? Serião, de boa? Padrão invertido mermo, e o controle do esguicho do FLUDD é pelo analógico de andar?)

É pela "pressão dos gatilhos". Se você não tive um controller de GameCube (Serve de Xbox 360 também), vai ser impossível jogar direito.

O controle do esguicho é pelo stick de andar (eu sei, é estranho, mas não se trata de um FPS, trata-se de um jogo pré-febre dos FPS, de um console de geração passada). Tem o lançe dos botões R e L do GC, que são analógicos e portanto, alteram um pouco o gameplay.

Não Marlon, acho que me expressei mal, eu quis dizer o controle da mira do esguicho. Puta merda, mirar com o analógico de andar é horrível, até por ser invertido (pra baixo ergue, por exemplo). Tenho controle de Xbox 360 aqui, questão de pressão é bem de boa. Mas como o Infernosword bem disse, é um jogo pré-febre dos FPS, ainda não tinha aquele padrão que praticamente todos os jogos adotam hoje em dia.

Ainda assim o jogo me cativou logo no começo, vou acabar Darksiders e aí provável que eu pegue SunShine a sério.