Far Cry Primal: "Primalras" Impressões

Eu nunca me dei muito bem com a série Far Cry. Apesar de gostar da ideia do mundo aberto para você explorar livremente, sempre achei as missões bem chatas, e que geralmente não passam de uma desculpa para ir de um canto ao outro do mapa. Fora que o maior maior terror em jogos desse tipo é falhar perto do final de uma missão, e ser obrigado a jogar de novo vinte minutos só pra reativar a missão e fazer tudo outra vez.

Mesmo assim, gostei bastante do Far Cry 3: Blood Dragon, principalmente por ser um jogo mais "compacto", com um mapa menor, menos coletáveis, e missões "o suficiente", sem os exageros do original. Quando vi que o Far Cry: Primal era diferente da série principal, resolvi dar uma chance. No momento em que estou escrevendo isso, tenho 8% concluído no meu save (E acredite, isso já equivale à algumas horas de jogo).

Far Cry: Primal se passa no ano 10.000 Antes de Cristo, quando o homem ainda aprendia a criar ferramentas. Talvez por isso temos poucas opções de armas no menu, e alguns animais já extintos aparecem. Tudo começa com o protagonista e sua tribo caçando mamutes. Após matar um deles, um tigre surge e acaba causando a morte de seu parceiro, que lhe pede para encontrar o povo Wenja. Após explorar um pouco, você descobre que essa tribo realmente existe, e eles terão você como chefe. Sua missão é construir uma vila para os Wenja, resgatando e recrutando membros que lhe ensinarão novas técnicas de sobrevivência.

A Ubisoft deu uma bela polida no jogo. Os gráficos são muito bonitos. É até estranho eu falar isso, mas o Far Cry 3 e o Blood Dragon eram dois dos jogos mais lindos que eu já tinha visto na época em que os joguei, mas o Primal ganha fácil em matéria de beleza visual. Todos os detalhes das árvores balançando ao vento, a grama, as folhas voando, o nascer e o pôr-do-Sol... Tudo é lindo.

Em termos de jogabilidade, aqui não vai ter arma de fogo. Você tem que se virar com tacapes, uma lança, ou no máximo um arco e flecha. Tem também a opção de atear fogo nas armas para causar mais danos. Mais pra frente parece que você vai aprender a domar feras, o que é bem interessante. Eu também curti a ideia dos personagens falarem numa linguagem primitiva, ou seja, as legendas aqui são obrigatórias.

A conclusão é que eu estou gostando do Far Cry: Primal. Por enquanto as missões são simples, e mesmo naquelas onde você tem que evitar que um personagem morra são mais fáceis porque eles não são suicidas. (Eu odeio missões assim. Não esqueço aquele cara insuportável do Far Cry 3 que fica pedindo socorro, e ao invés de se proteger começa a correr no meio dos tiros.)

Bom, esse definitivamente não vai ser um gameplay 100%. Eu costumo em jogos assim ir atrás de uma boa porcentagem, mas não exatamente tudo. Espero que o Far Cry Primal continue nesse ritmo, daí tem boas chances de ser o segundo título da franquia que eu vou terminar.

O Primal tem uma proposta bem original, mas a ausência de armas de fogo fez com que eu nunca desse uma chance ao game. Quando um FPS não oferece armas de fogo, acho interessante uma opção como a espada do Shadow Warrior, que tem todo um gameplay baseado em movimentos, ou a Portal Gun. Não sei se me empolgo a jogar algo com paus e pedras, embora a proposta seja bem original e talvez esse Far Cry seja um dos que mais favoreça o elemento "sobrevivência", que a série enaltecia tanto no passado.

Quem sabe uma hora dou uma chance. O fato de ele ser totalmente offline me agrada.