[Derrubando o Muro]Música Gospel

Apesar da demora, está começando mais um Derrubando no murro o Muro, com Infernosword!
Boa Noite. Veja na manchete os destaques do dia:

NOTA: Percebi que é impossível aboradar o tema sem falar de Religião. Se eu pareci mal informado, maldoso ou preconceituoso, por favor deixe seu comentário após o bip e vamos refletir sobre isso. Mas estou de boa aqui, valeu?

A música católica desponta no Brasil
Cresce o interesse das Igrejas na música
A invasão Evangélica
Rock demoníaco é coisa do passado, legal agora é falar de Deus
Catholic Music Revival

¹No princípo Deus Criou os Céus e a Terra.
²Aí ele criou o País mais católico do mundo, even more than Vaticano e seu nome passou a ser Brasil. Eis que surge, na minha opinão, O Master of Brasilian Cristhian Music: Pe. Zezinho. O mito.

É meus amigos, a missa tava chata. Tudo bem que a melodia de Hosana nas Alturas é bonita, mas tava meio devagar. E OK, Oceano do Espírito também é legal, mas repeti-la por 13000 anos cansa. Agora você pega esse panorama, soma aos anciões de, no mínimo, 134 anos que davam missa e ainda por cima, uma petética tentativa de forçar um latim enferrujado pra cima de uma população semianalfabeta e você tem o resultado do que era uma paróquia nos meus 12 anos, por volta de mil novessentos e la vai pedrada. E eu digo população semianalfabeta porque, na época, eu também era. Hoje sou apenas 1/4. Aí o que é melhor? Ir na missa do Pe. Defuntino da Silva ou detonar o seu recém adquirido Donkey Kong 64, da Rareware, 5 personagem jogáveis, 7 mundos, inúmeros mini-games e com no mínimo de 30 horas de jogo contínuo? Creio que mesmo os que não tinham o meia-quatro* arrajaram meios de ocupar seus Domingos. Algo precisava ser feito.

Claro, tudo que eu disse aqui é uma dramatização exagerada do que aconteceu na época, afim de audiência mesmo, você acha que eu estou querendo te informar ou algo do gênero? Não, só quero fama, sensacionalismo e "Ibope", inclusive outros blogs e reconhecem e sabem disso. Mas o que acontecia (acontece, mas com mais frequencia no passado) era o fato da Católica começar a cagar regra. "Você não pode casar assim. Não pode enfeitar a Igreja. Não toque essa música durante o Batismo do seu filho." Tudo bem, os preceitos mudaram, mas o problema é que o pricipal vínculo (ao meu ver) da Instituição com os fiéis, ou seja, a Santa Missa, não mudou. Tornou-se monótono. E ai, com todo o respeito, a crentarada tomou conta.

A religião que mais cresceu no Brasil, durante os últimos anos, foi a Evangélica (dado que, se bem manipulado, faz parecer como se houvessem mais Evengélicos do que Católicos no Brasil). Pessoas saíam da Católica e se convertiam ao que lhes parecia algo novo e renovador. E também se mostrava mais atuante nos "setores baixos da sociedade", como prisões, comunidades pobres, mas não deixando de fora outras classes, não tão ignoráveis para a Igreja Católica, soco que posteriormente, ela sentiu. E francamente, houveram mudanças radicais que vão de recursos multimídia à pastores "Pop-Star", os que se destacavam por suas idéias e/ou abordagens. Sem entrar em detalhes (fora o homem lá que vende Tv por satélite em plena celebração, é no mínimo LOL). E nessas mudanças, a música foi levada junta.
A Católica, já costumada com Contra-Reformas**, correu atrás.

Havia o Padre Zezinho, um baita compositor, sério, sem brincadeira, mas não fazia o estilo comercial (muito menos aparecia no Domingo Legal). Aí um cara teve uma sacada: Por que eu não fico famoso fazendo música gospel, já que tem tanta gente que vai a missa, com letras bem menos complexas que o mano Zezinho, algo como mão na cabeça ou qualquer coisa e se duvidar ainda apareço na TV? E ele o fez. Seu nome de guerra (ou de paz, sei lá)? Pe. Marcelo Rossi.

O senhor tem muitos filhos
Muitos filhos ele tem
Eu sou um deles
Você também
Louvemos ao senhor

Está com a música na cabeça, não está? Sem problemas, foi Hit na época. O engraçado é que eu posso ir escrevendo aqui e derrepente gritar PERNA DIREITA! kkkkkkkkkkk Abaixa essa perna aí rapá, parece que tá fazendo pole dance! Tudo bem, voltando: o cara arrebentou com suas músicas, conquistou vários fiés, acho que ganhou um direnheirinho até, em fim, PERNA ESQUERDA! hahahahahah! Eu não preciso dizer mais nada, você sabe a história dele.

O mundo evangélico estava em crise. "Temos que vencer a ameaça comunista católica", diziam alguns. "Façam mais músicas", ploclamavam outros. Era um caos.
Eu to exagerando como um babaca aqui, mas a Evangélica não queria perder os fiés para um cara que parecia estar brincando de Twister*** na vertical. É como os Raimundos diziam:

Cara esperto é ligeiro
Quem corre atrás não é o primeiro
Aonde está você
Legalize o meu CD
E por ai vai

Olhe a ironia, amigos roqueiros. Eu falando de Igreja Evangélica e olha a banda que me aparece... Raimundos. É porque, pra quem não se lembra, o vocalista do Raimundos, o Rodolfo, em meados de dois mil e lá vai bordoada, saiu da banda para converter-se no Evangélho, o que causou ainda mais amor dos roqueiros brasileiros para com a Igeja evengélica. O importante aqui é que pelo menos música gospel ganhou um cara de peso (pessoalmente, eu não vi nenhum trabalho dele pós Só no Forevis e sim, sou modinha). Bom finalizando, tanto o Raimundos quanto o Rodolfo seguem no ramo musical, cada um na sua e beleza.

O que aconteceu é que, com todo respeito, veio uma caralhada de artistas gospel, que vão de Padre sei o quê lá à Pastora não sei o que lá, só pra citar alguns (você que é ateista tá rindo, né seu jaguara). Pelo que eu percebi, grande parte é da Igreja Evangélica. Podemos citar ai (me corrijam caso haja algum erro) Aline Barros, Cassiane, os Valadão (esses é que eu sei de cabeça), até a mulher do Kaká gravou disco (nesse caso ela classificou-se como Pop, o que eu achei bem acertado) fora o bolo (incluindo bandas de todos os tipos) que tem em todo ramo da música. E falando em ramos da música, o estilo gospel abriu as portas das gravadoras, ao ponto de até reformular um slogan da Som Livre ("Você adora, a gente toca").

Do lado católico, surgiram os "padre gatos", numa analogia à sketch do Hermes e Renato, sendo eles Padres por profissão e Músicos, compositores e instrumentistas por dom, que seja. Desses posso citar o Pe. Fábio de Mello, que é o bacanudo da vez e o Pe. Reginaldo Manzotti, que leva mais de 1 milhão de pessoas no show (e sejamos sinceros, o cara não cobra nada), alguns outros padres que eu não lembro o nome e o que eu acho o mais fora do comum no Golpel Brasileiro: Rosa de Saron. É a única banda de rock gospel que eu vejo que tá sempre lançando um CD e outro. Deve ser um mercado difícil (pra variar) para bandas de rock. Legal mesmo.

Então eu falei, falei, falei e não disse nada. Tudo bem, como já estou me extendendo, gostaria de dizer que o não foi mina preucupação formar uma linha de raciocínio consisa nesse texto (como eu fiz no anterior) mas sim, levantar informações relevantes, de forma descontraída, para que você filosofe (ó eu falando difícil) sobre algumas questões como:

Isso é tudo negócio?
Até onde vai a Fé? *profundo*
Tudo que é dito nas músicas, tem significado, ou pelo menos batem com o que pregam os líderes religiosos?
Há espaço para se debater questões difíceis, ou até mesmo criticar preceitos da própria ceita em músicas religiosas?
As músicas tidas como não religiosas, ou fora do estilo gospel, devem ser encaradas de que forma?

Fora seus próprios questionamentos e conflitos internos, jovem. Bom já chega, vamos à melhor e pior música do estilo, lembrando que essa escolha reflete única e exclusivamente a opinião do autor, no caso, eu, Infernosword, o bonzão do fórum, o rei da cocada branca, preta e da cocada que na verdade é cocaína. Lembrando também que música é música, independente de religião. Vamos lá:

- Melhor música:
Utopia - Pe. Zezinho

O Pe. Zezinho detonou. A letra é complexa e ao mesmo tempo tocante, tem um ritmo que se enrola na letra muito bem, nada de vamos adorar à Deus e Jesus é Amor, repetidos infinitas vezes. E são vários versos, contando a vida do homem, sei lá, você sente a verdade na letra. Masterpiece

- Pior música:
Apaixonado - Aline Barros

Olha, até me passaria desapercebido se não fosse UM aspecto. A Aline canta bem? Canta, sem problemas. A melodia? É até da horinha, pra quem curte, tecladinho e talz. Ahh só pode ser a letra, né? Não a letra encaixa legal na música e soa regularmente bem. Então qual o problema seu portador do mal de Lázaro?**** Simples: A ideologia por trás da música. A mensagem. Se apaixonar por Jesus é uma coisa muito, mas muito questionável. Não que eu seja religioso, pelo contrário, mas parece uma forma meio estranha de se relacionar (se é que existe essa relação) com o Senhor Jesus Cristo. Eu não quero beijar meu Senhor na boca, muito menos fazer sexo com ele (peguei pesado, desculpa). Se apaixonar por Jesus não me parece algo muito adequado. Espero que seja um erro ou de expressão ou de interpretação. E não deixe de se apaixonar pelas pessoas normais, pois essas sim foram feitas para a paixão em questão. Ahh, mas você não tá falando de música, tá falando de religião! Não! Estou falando de ideologia, e música é ideologia também, mas você se esqueceu disso por causa do Restart. E a Aline fica repetindo "Sou apaixonada!" "Sou apaixonada!", o que a torna uma xarope de plantão. Música Evangélica, já ouvi melhores.

Spoiler:

*Eu não consigo falar meia-quatro. Pra mim é Nintendo sessenta e quatro.
**Trollada histórica, literamente.
***Twister é aquele jogo americano, onde gira-se uma roleta e a pessoa coloca um membro numa cor de um tapete na sala.
****Está na Bíblia, que que eu posso fazer? XD

Texto muito grande... deu cêncer só de pensar em ler... mas se alguém pensar em fazer um resumo depois...

PS: A enquete está fraca. Faltou aí, Justin Bibber, Restart e umas duzias de outros que surgiram nos últimos meses.

HAHAHA, ótimo texto inf, li todo

O texto ficou extenso, sim. Mas, eu ri bastante.
Ah, muito obrigado, sr. Infernosword, por me fazer ficar com a música do Pe. Marcelo Rossi na cabeça (nem é essa que ele postou, e sim aquela: "os ani-maizinhos, subiram de dois em dois...).
Agora, falando sério: eu acho que, sim, religião e negócios andam juntos. Basta lembrar da época do feudalismo, como era a pirâmide da sociedade: o clero/a igreja no topo, os ricos abaixo e, na base, os pobres. Mesmo hoje, ainda temos práticas como o dízimo, que envolve o dinheiro.
Sobre a música gospel/religiosa em si, basta ver a lista dos 10 discos mais vendidos no Brasil em 2011:

O disco mais vendido no ano passado foi “Ágape Musical” do Padre Marcelo Rossi. Outros padres que figuram na lista foram o Padre Robson com “Nos Braços Do Pai” (5º), Padre Fábio de Melo com “No Meu Interior Tem Deus Ao Vivo” (6º) e Padre Reginaldo Manzotti com “Milhões de Vozes Ao Vivo” (7º). A cantora gospel Damares também está na lista com “Diamante” (9º).

Código:

http://musica.uol.com.br/ultnot/2012/03/22/religiosos-e-sertanejos-dominam-lista-de-cds-mais-vendidos-em-2011.jhtm

Não vejo problema em músicas que falem de religião. Mas, acho que alguns cantores se aproveitam do tema para ganhar espaço na mídia.
E, também sou contra pessoas que te obrigam a ouvir esse tipo de música. Acho que religião é algo pessoal, que diz respeito a cada um. Digo isso, porque, às vezes, entro no ônibus, e lá está uma pessoa com seu celular, no viva-voz, com uma música gospel tocando. O pessoal reclama dos funkeiros, mas se for música gospel que tiver tocando, tudo certo? E, como fica o respeito ao próximo?

Muito bom, Inf! Excelente texto, e sim, eu li inteiro!

Gosto muito de ler as suas opiniões. Sem brincadeira, essa série tá ficando ótima!

@José Marlon: Deu CÊNCER só de escrever também, ficou extenso.

@Gustavo: Obrigado, Gustavo.

@Eder: É, força da Igreja Católica veio na Era Feudal, sem dúvidas, a Idade das Trevas ou como dizia o professor de história, A Era em que inventaram o Diabo (que na minha opinião é um meio de se vencer pelo medo). Valeu por postar a sua opinião e ótimo ponto sobre o ônibus, afinal musica alta é musica alta, sendo gospel ou não.

@Alexandre: Obrigado Ale. Já quanto aos seus textos (a nova fic), eu ainda não comentei porque ainda não li eles, eu quero ler o prólogo completo. Pelo que eu tenho visto nos comentários a fic tem sido bem recebida. Você pretende fazer quantos prólogos? Aliás eu vou com muita expectativa para essa leitura.

Valeu galera, não esqueçam de votar para o próximo tema. E é isso ai, vou tentar encurtar os textos porque ninguém merece quatro páginas de bobeira.
Os ani-maizinhos, subiram de dois em dois
Ei Eder, depois você me ensina esse contra-feitiço?

Já votei.
Não pensei que o "contra-feitiço" teria resultado xD

Não encurta não Espadadoinferno, pois quanto mais maior (<-- é fod@ como algo tão errado, parece tão correto), melhor!!!

Agora que você traduziu o meu nick, fiquei com medo de ser mal interpretado por esse texto

infernosword escreveu:Agora que você traduziu o meu nick, fiquei com medo de ser mal interpretado por esse texto

HAHAHA, makes sense

Se preferir, também posso traduzir seu nick como: "Dr. Shy Guy Luigi cowboy da espada do inferno".

José Marlon escreveu:"Dr. Shy Guy Luigi cowboy da espada do inferno".

Sogeking, é você? xD

Eder escreveu:

José Marlon escreveu:"Dr. Shy Guy Luigi cowboy da espada do inferno".

Sogeking, é você? xD

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Bem lembrado

O Texto ficou ótimo, o Inf realmente leva jeito pra essa coisa XD
MAAAS o tema nao era Gospelcore? Rock Gospel, Sei lá o que? '~'

Era, eu deixei meio aberto e ai eu meio que me confundi. Eu posso fazer o gospel core mas pra frente se vocês quiserem.

Eu iria gostar de ver

Vermes malditos que habitam a TTA, agora eu vou ter que assistir a CRAPúsculo Trilogy

Boa sorte, Infernosword.